Terceiro filme da trilogia Planeta dos Macacos, A Guerra traz aos cinemas uma proposta bem mais contemplativa e simbólica do que em seus anteriores. O filme, que é o mais longo dos três, aposta em aproximar o espectador dos primatas, diminuindo o espaço de tela dos personagens humanos.
Planeta dos Macacos: A Guerra foca em César (Andy Serkis) que parte, com um pequeno grupo, em busca do responsável por um ataque que deixou perdas inestimáveis. Durante essa jornada, César tem que lutar contra seus instintos mais sombrios e o desejo de vingança.
Dentre as adições de personagens temos o Macaco Mau (Steve Zahn), que é o alívio cômico do filme. Um macaco de zoológico que vivia escondido na floresta até encontrar César e seu grupo. E, também, a pequena Nova (Amiah Miller), uma menininha muda que fica órfã e acaba sendo adotada por Maurice (Karen Konaval). Nova traz uma inocência ao grupo de primatas e ao filme, seu personagem funciona como uma esperança na humanidade.

Apesar do nome, Planeta dos Macacos: A GUERRA só apresenta conflito em sua parte final. Todo o resto do filme, segue em um ritmo lento, focado em desenvolver o personagem e seus conflitos internos. O roteiro é muito bem desenvolvido, porém se mostra um tanto preguiçoso em sua parte final ao se utilizar de saídas muito convenientes para resolver o enredo desenvolvido.
A tecnologia envolvida na criação dos macacos mais uma vez impressiona. A captação de movimentos e expressões faciais garante profundidade emocional a esses seres gerados digitalmente. E isso, faz com que o brilho da atuação de Serkis fique ainda mais em evidência.
Quem também ganha destaque é Woody Harrelson que vive o Coronel, que é o vilão do filme. Apesar de ser construído com toda uma imagem de vilão inescrupuloso, as motivações por trás de suas ações são bem lógicas e racionais. Ele é o cara que faz o que precisa ser feito para garantir a sobrevivência da raça humana. Porém, ao elevar suas ações ao extremo este se torna praticamente a imagem de um general nazista.

Aliás, a forma como o filme cria toda a atmosfera do quartel do Coronel, pode ser facilmente associado ao nazismo e aos campos de concentração. Seja pelo cenário, pela forma como os primatas prisioneiros são tratados ou pela relação de devoção dos soldados ao Coronel. É por isso, que a forma como tudo se resolve parece um pouco fácil demais.
No todo, Planeta dos Macacos: A Guerra é um filme muito bom. Mesmo com esses problemas no roteiro, o filme não perde o seu mérito. E apesar de provavelmente dividir opiniões entre espectadores que vão aos cinemas esperando por ação, este filme encerra bem a trilogia que começou em 2011.
Nota: 8,5
Título Original: War for the Planet of the Apes
Lançamento: 03 de Agosto de 2017
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Mark Bomback, Matt Reeves
Genêro: Drama / Ficção Científica
Distribuição: Fox Filmes