Seis anos depois do quarto filme da franquia, que foi lançado em 2011, Piratas do Caribe está de volta aos cinemas com um filme que recupera sua essência primordial. Piratas do Caribe – A vingança de Salazar se passa anos depois do fim da trilogia dos anos 2000 e faz ligações diretas com os eventos ocorridos em No Fim Do Mundo (2007). Sendo assim, aparenta mais ser um quarto filme do que o quinto que realmente é. Dessa forma, pode-se considerar que, Navegando em Águas Misteriosas (2011) se tratou, na verdade, de um interlúdio entre os dois filmes.
Em A vingança de Salazar, Jack Sparrow (Johnny Depp) tenta escapar de um exército de piratas fantasmas assassinos liderados pelo capitão Salazar (Javier Bardem). Para isso, Sparrow precisa se unir a Henry Turner (Brenton Thwaites), filho de Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Kiera Knightley), e a Carina Smyth (Kaya Scodelario), uma cientista que estuda as estrelas, na busca pelo Tridente de Poseidon, que dá ao seu dono o poder de controlar o mar.]

A história desenvolvida pelo filme é, em si, bem simples, mas consegue conquistar os fãs da franquia que passaram anos decepcionados com o fim do terceiro filme e, principalmente, com a falta de desenvolvimento da história, que vinha sendo contada até então, na película de 2011 (EU). O roteiro segue os padrões já estabelecidos pelos filmes anteriores da franquia, com poucas variações, o que deixa tudo meio repetitivo e um pouco cansativo. Há, inclusive, algumas cenas que remetem ao primeiro filme, A Maldição do Pérola Negra (2003), o que pode até apelar para o lado mais saudosista do fã, mas, por outro lado, acaba deixando a impressão de que você já viu esse filme antes.
A parte da computação gráfica está excelente. Todo o efeito dos piratas fantasmas assassinos foi muito bem trabalhado. Tanto que, até demorei um tempo para reconhecer Javier Bardem como capitão Salazar. Além disso, a sequência final com a abertura do mar, meio no estilo de Moisés e o mar vermelho, também ficou muito boa.

As atuações, em geral, já são bastante conhecidas do grande público. Johnny Depp já está mais do que confortável em assumir a pele do capitão Jack, então nos resta analisar os novos personagens que são apresentados. O vilão vivido por Bardem é muito bem construído e consegue causar uma certa empatia com os espectadores, de modo que eu gostaria que ele tivesse sido introduzido na série mais cedo. Brenton Thwaites está bem mediano como Henry, o personagem me pareceu muito fraco e inexpressível. Já Kaya Scodelario está muito bem como Carina, tanto que é o personagem dela que mais dá força ao filme e desfecho de sua história acaba por comover bastante. O filme ainda conta com uma participação especial de Paul McCartney, em uma cena bem fã-service que, apesar de pouco relevante para a trama, consegue atingir bem o seu propósito.
De modo geral, se pode dizer que, apesar de ter um roteiro previsível, Piratas do Caribe – A vingança de Salazar impressiona bastante com seus efeitos visuais e toda a grandiosidade já característica da franquia. Além disso, proporciona ao público uma boa nostalgia, ao trazer de volta os personagens de Orlando Bloom e Kiera Knightley, mesmo que por poucos minutos. Sem dúvida é um filme pensado para os fãs da franquia, mas que não irá agradar a todos.
NOTA: 7,9
Nome Original: Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales
Lançamento: 25 de Maio de 2017
Direção: Joachim Rønning / Espen Sandberg
Roteiro: Jeff Nathanson
Gênero: Ação / Aventura / Fantasia
Distribuidora: Walt Disney Studios