Em 2012 o diretor Ridley Scott iniciou o processo de tentar revitalizar a franquia “Alien”, com o filme Prometheus (2012). O primeiro filme dessa nova trilogia, não é nenhuma unanimidade, porém, para esse que vos fala, o filme é inconsistente e com um final que estraga tudo de bom que o filme tinha construído, que não havia sido muita coisa. Alien: Covenant ainda nos dava certa esperança de que uma franquia tão amada poderia voltar a dar certo, entretanto, não foi isso que aconteceu.
Em 2104, viajando pela galáxia, a nave colonizadora Covenant tem por objetivo chegar a um planeta bem distante da Terra. Um acidente cósmico antes de chegar ao seu destino faz com que Walter (Michael Fassbender), o androide a bordo da espaçonave, seja obrigado a despertar os 17 tripulantes da missão. Oram (Billy Crudup) precisa assumir o posto de capitão devido a um acidente ocorrido no momento em que todos são despertos. Em meio aos necessários consertos, eles descobrem que nas proximidades há um planeta desconhecido que apresentaria as condições necessárias para abrigar vida humana. Oram e sua equipe decidem ir ao local para investigá-lo. Só que ao chegar, eles rapidamente descobrem que o planeta abriga seres mortais.

Logo na primeira cena do filme temos David (Michael Fassbender, sim ele faz dois personagens no filme), em um ambiente branco, lustroso, bastante elegante, levando nossa cabeça a fazer uma rápida conexão com Assassin’s Creed (2016), filme também estrelado pelo ator. A nave Covenant e suas câmaras de sono, também lembram muito outro filme. A estética futurística é muito semelhante a Passageiros (2016).
Falando agora da trama narrativa, o início é meramente uma preparação para acontecimentos futuros. Alien tem um início morno, de uma ambientação fraca e que demora muito até acontecer algo de fato interessante. Já sabemos que em algum momento algo dará errado, porém o filme tenta fingir, enganar e induzir que pode ser que fique tudo bem, ignorando a capacidade do público em ligar as pontas.
Quando de fato o filme empolga e ganha ritmo, somos apresentado a vários conceitos narrativos apresentados. Dilemas sobre criador e criatura, sobre a humanidade, mas que futuramente são ignorados pelo roteiro. Roteiro esse, completamente previsível, que depende muito da burrice seletiva dos seus personagens que, mesmo sendo cientistas, treinados para tais situações e possuírem qualidades específicas, para fazerem o filme andar, resolvem tomar atitudes completamente estúpidas, distanciando qualquer expectador da suspensão da descrença.
Além de todos esses defeitos, o roteiro não desenvolve seus personagens, não há profundidade alguma em suas relações. Os personagens vão sendo atacados e alguns vão morrendo. Não ficamos apegados a nenhum deles, não nos importamos, são apenas números e corpos pra lá e pra cá.

A ação final é consideravelmente melhor do que tudo que o filme havia apresentado até ali. Mesmo que não nos importemos com os personagens em perigo, a presença marcante do Alien é muito bem configurada aqui. Há uma sensação de que possa ser a primeira vez que os planos dos mocinhos podem dar errado.
O terror/horror tem seus méritos muito bem apresentados na escala visual. O nascimento dos Aliens é algo enervante, e muito bem explorado. É isso que queremos ver quando aceitamos a proposta do longa. Muito sangue, gritos, corpos se contorcendo, porém não chega a ser um terror tão poderoso, alguns “jump scares” são bastante previsíveis e não irão deixar saudade.
Os efeitos especiais basicamente feitos em CGI não são tão interessantes quantos os efeitos feitos por animatronics ou maquiagem, mas aqui são muito bem usados e não incomodam em momento algum.
Artisticamente o diretor Ridley Scott consegue criar um bom universo, não tão variado, mas palpável e verossímil. As transformações dos Aliens são ótimas. A fotografia vai gradativamente escurecendo. Um início claro, brilhante que, a medida que o perigo aumenta, vamos tendo o uso de cores mais escuras.

O elenco conta com Michael Fassbender sendo bastante relevante, já que boa parte da trama depende dele, por fazer dois personagens que interagem muito entre si. Billy Crundup está completamente genérico, assim como Danny McBride e Jussie Smollet. As mulheres mesmo não tendo um roteiro para serem melhores aproveitadas se mostram mais a vontade na atuação, Callie Hernandez e Katherine Waterson, ambas vão bem. E um destaque ENORME para a participação de James Franco.
Alien: Covenant é um filme que tem três atos muito bem definidos. O primeiro é bom, mas nada demais. O segundo é muito morno, pacato e até certo ponto arrastado. E o terceiro tenta terminar o filme em um tom otimista, mas que infelizmente não consegue. Assistir Alien: Covenant é uma missão morosa que pode entediar até o fã mais fervoroso da franquia, que se demonstra estar sem fôlego para continuar.
NOTA: 4,9
Nome Original: Alien: Covenant
Lançamento: 11 de Maio de 2017
Diretor: Ridley Scott
Roteiro: John Logan
Gênero: Suspense/Ficção Científica
Distribuidora: Fox Film do Brasil
Mari
09/05/2017 at 11:56
Estou triste pelo filme não ser bom !!! Mesmo assim irei ver no cinemas.